domingo, 14 de setembro de 2008

RESPOSTA A UM COMENTÁRIO


"Estes posts não serão mais moralistas do que práticos?"


Antes de tudo, agradeço, a sua pergunta no post STRESS que me ajuda a reflectir um pouco mais sobre aquilo que escrevo.
Julgo que todos temos uma «maneira de ser» que se vai formando com a estruturação da personalidade desde que deixamos de estar na infância, antes dos 10 anos.
Essa «maneira de ser» enforma quase todos os nossos actos que, como respostas aos estímulos do meio ambiente, seriam diferentes se a mesma fosse moldada em terras, famílias, climas, crenças e valores culturais diversos dos actuais.
Contudo, aquilo de que eu falo, a pedido das pessoas ou estimulado por elas, é ciência. 
Digo o que acontece, manciono causas e efeitos.
Tento constatar factos, estudá-los e fazer a previsão dos acontecimentos duma forma «amoral», isto é, sem dizer se é bom ou mau. Nestas circunstâncias, posso prever que se lançar um dardo, ele deve cair num determinado ponto no sentido em que o lancei. 
Contudo, se a minha percepção desse alvo não estiver correcta por não tomar em conta a força com que o devo lançar, a lei da gravidade e outras forças intervenientes no processo físico, posso falhar.
Nas minhas intervenções, não digo se um dardo deve ser lançado.
Esta decisão, tomada de acordo com a sua moral, ética, necessidades, etc., compete a quem o lança ou tem de o lançar. Querer lançar ou não o dardo pode ser uma decisão moral, mas dizer que o dardo terá uma determinada trajectória, que pode provocar um certo impacto ou ser impedido de atingir um determinado alvo por um certo obstáculo, não implica moral.
Eu tento funcionar assim: dizer aquilo que, segundo os conhecimentos que adquiri até ao momento,
me parece que poderá acontecer, se houver certas contingências anteriores. Tento não fazer mais do que isso, dando a minha opinião científica a quem ma pediu.
Por exemplo, não digo que é bom ou mau ir ou não aos espectáculos da Madona; isso poderia implicar moralismo. Contudo, posso dizer, sem qualquer intenção moralista, que eu não iria mesmo que me dessem um prémio chorudo; é uma opinião.
Ouvimos agora falar constantemente em roubos de carro e de gasolineiras com violência e com recurso a armas de fogo. Não digo se é bom ou mau, embora pense que é péssimo. Péssimo para o funcionamento da nossa sociedade e até para a segurança mínima das pessoas. Mas posso dizer, seguramente, sem implicar qualquer tipo de preconceito moral que, se os autores desses «crimes», tipificados pelos códigos penais, não forem impedidos de os perpetrar ou não forem adequadamente punidos ou forem deixados em liberdade, esses «crimes» não deixarão de Como Modificar o Comportamento e de Para que Serve a Psicologia?À Psicologia compete analisar os factos, descobrir as suas causas e prever os resultados das acções a serem tomadas. À Sociedade em geral e aos Governos democraticamente eleitos compete determinar aquilo que se deve fazer para eliminar ou deixar crescer esses tipos de comportamentos ou acções.
existir e até podem aumentar de frequência e intensidade, de acordo com o reforço que os autores dos mesmos tiverem com a sua execução, isto é, aprendizagem. Isto é ciência e não moral. Consta de
Nesta ordem de ideias, os dois posts Divórcio ou Separação e Casamentos, Uniões ou Homossexualidade tentam explicar a minha maneira de pensar e actuar como psicólogo.
Tudo isto se consegue «descobrir» na história da Joana, uma criança que aprendeu muito ao longo da vida, de acordo com os estímulos que lhe foram proporcionados. É por este motivo e com estas experiências que tive ao longo da minha prática clínica que afirmo (talvez com um pouco de «moralismo») que a educação é um dos pilares fundamentais da estrutura da personalidade e do funcionamento duma sociedade.
Quando estive a colaborar com o Jornal de Queluz a partir de 1979, além de outras rubricas, Psicologia Para Quê??? na qual, em forma de relato contínuo, tentei responder às perguntas que os leitores me faziam sobre a educação dos filhos, dificuldades no comportamento, etc. Nessa coluna, tentei não imiscuir a moral nas opiniões que dava, embora não agradassem apenas a pouquíssimos. Os leitores até me pediram para coleccionar tudo num opúsculo. Foi a partir dessa prática e de pedidos de algumas pessoas que resolvi instituir este blog com a mesma finalidade.
mantive uma coluna intitulada
Pode ser que, sem ser voluntariamente, pareça que estou a incluir «moral» nas minhas informações. Mas, de certeza, não é essa a intenção. Por este motivo, estou agradecido pelo comentário que me ajudou a esclarecer esta dúvida que pode existir na mente de algumas pessoas.
Cada um deve decidir de acordo com a sua moral e ética mas é bom que pondere e compreenda bem as razões da sua decisão.


Em 2018, já existe na colecção da Biblioterapia o 18º livro «PSICOTERAPIA… através de LIVROS…» (R), destinado a orientar os interessados para a leitura e consulta adequada de livros, desde que desejem enveredar por uma psicoterapia, acções de psicopedadogia, de interacção social e de desenvolvimento pessoal, autonomamente ou com pouca ajuda de especialistas.


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2 comentários:

Anónimo disse...

Esta informação, que li por acaso quando o meu marido estava a navegar na INTERNET, fez-me comprar o livro citado e mais dois anteriores relacionados com o mesmo, não tendo conseguido obter o primeiro que as livrarias dizem estar esgotado.
É interessante ler a «história» da Joana. Ajudou-me a ter um entendimento melhor com o meu marido que não se chama João Manuel embora eu me chame Fernanda.
Assim, ele também vai ler os livros para me compreender melhor. O nosso filho também necessita de tratamento diferente do actual.

Anónimo disse...

Se não tivesse dado todas essas informações talvez eu não conseguisse ir tão longe quanto fui.
E espero conseguir ainda mais.
Os livros são muito mais acessíveis para quem não tem tempo ou dinheiro para psicoterapia ou consulta de psicologia.