terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

AUTOTERAPIA

Quando «passeava», por acaso, pelos comentários feitos no meu blog, vi no post O SINDROMA PÓS-TRAUMÁTICO, escrito hoje, o dos CãoPincha, que vai ser satisfeito, de imediato, porque é só copiar e colar. Agradeço o comentário transcrito a seguir, mas tenho de dizer que nunca me passou pela cabeça fazer uma coisa semelhante porque já alguém se insurgiu contra mim dizendo que estava a «impingir» livros (INFORMAÇÃO, 20 JUL 2008), através do meu blog o que deu origem ao post ESCLARECIMENTO (22 JUL 2008).


Oh Meu!
Já lemos alguns livros seus para além dos que menciona neste post. Consultando melhor o seu
blog, ficámos a saber que não faz hipnoterapia mas sim psicoterapia que se pode tornar barata e quase autónoma como já aconteceu com um amigo seu e uma vizinha dele. Porque é que não diz como se faz em vez de esperar pela publicação dos livros com os casos? Até um chinês já explicou no seu blog como poupar dinheiro.
Viu a TV hoje?

No meu post DESORIENTAÇÃO, de 06 JUL 2008 e em talvez qualquer outro já disse que estou à espera de publicar, além de outros, pelo menos dois livros com casos pessoais de um amigo e de uma vizinha dele, amiga da filha, mostrando como se pode fazer quase uma autoterapia e quais as vantagens quando existe o envolvimento do próprio.

Não é fácil mas é barato. Torna-se eficaz, autosuficiente e profiláctico seguir este método quando a ida às consultas se torna difícil ou inviável, quaisquer que sejam as razões.
Tudo isto está mais ou menos descrito nos livros, já várias vezes mencionados neste blog: DEPRESSÃO? Não Obrigado, «STRESS»? Reduza-o Já!, Psicoterapia para Quê?, que descrevem as reacções dos intervenientes.
No Sucesso na Vida! Por Que Não?, no capítulo A Reacção da Cristina, ficou mencionado todo o procedimento que vou «transcrever» (copiar e colar) aqui, a pedido dos CãoPincha, para que todos o possam utilizar, quando entenderem, sem adquirir qualquer livro.
O procedimento é simples e não exige tempo específico nem instrumentos especiais.

Como geralmente não temos disponibilidade de tempo durante o dia, vamos aproveitar o momento de ir dormir. É esse o momento que vale a pena aproveitar para a terapia que proponho. Se houver mais disponibilidade, paciência e tempo pode ser feita também uma autoanálise e/ou um diário.
Por isso, segue-se o aludido copiar e colar, partindo do pressuposto que a psicoterapia é um processo essencialmente reeducativo, de modificação de mentalidades e comportamentos, por acção voluntária e quanto mais esclarecida melhor.
 
Aprofundar bastante os conhecimentos sobre Psicologia e Modificação do Comportamento tendo sempre em conta que se pode alterar satisfatoriamente a nossa maneira de agir desde que se queira e se tenha, para isso, uma acção racional e concertada. Nestes casos, é sempre bom ter alguém que nos observe objectiva e imparcialmente, nos ajude a conhecermo-nos melhor e, se possível, nos apoie na execução das acções mais apropriadas. Embora existam agora diversos livros muito simples e simplificados, mencionados na Bibliografia no final deste livro, houve necessidade de emprestar à Cristina, naquela ocasião, alguns textos de apoio sobre estas matérias utilizados em aulas de Psicologia e Psicopatologia. 


Aprender a reconhecer as dificuldades, registando a intensidade e a frequência com que se sentem
(ver COMO MODIFICAR O COMPORTAMENTO - Prática).
Por exemplo,
- “Se pensarmos todos os dias, durante algum tempo, de manhã e à noite que vamos morrer, podemos registar isto em números e frequências:”

Dia 18 FEV às 08.30, três vezes; às 21.15, três vezes
Dia 19 FEV às 08.00, duas vezes; às 20.15, sete vezes
Dia 20 FEV às 09.30, uma vez; às 23.00, duas vezes
Dia 21 FEV às 10.30, uma vez; às 22.15, uma vez
Dia 22 FEV às 08.30, duas vezes; às 20.15, três vezes
Dia 23 FEV às 10.45, uma vez; às 22.15, duas vezes
Dia ...
Dia ...

Poderíamos também registar:
- “Quantas vezes ou minutos, por dia ou hora temos pensamentos obsessivos, isto é, pensamentos que não desejamos mas que não nos abandonam e até provocam uma certa angústia?”
- “Quais os pensamentos obsessivos?”
- ….
Apenas este registo, mantido durante bastante tempo, pode conduzir a hipóteses de trabalho muito interessantes.
Pode ajudar a especular, por exemplo:

· Será que quando os pensamentos obsessivos ocorrem no fim da manhã ou da tarde, têm menos força ou são menos frequentes?
· O que aconteceu nas manhãs e tardes de 20, 21 e 23 de Fevereiro?
· Se nos conseguirmos recordar que no dia anterior estivemos a trabalhar até tarde, muito preocupados com o serviço e acordamos com esta preocupação, podemos concluir que talvez qualquer ideia relacionada com o serviço nos ajude a diminuir os pensamentos obsessivos?

Aprender a «relaxar», isto é, deixar que as coisas aconteçam.
Antes de tudo, garantir que ninguém interrompa o relaxamento. Por isso, interessa desligar a campainha da porta, o telefone, os telemóveis, ou qualquer outro equipamento que obrigue a uma distracção brusca.
Depois, apenas se for necessário, utilizar o conta-minutos ou um temporizador regulando-o para um período mínimo de 30 minutos. É melhor se puder ser por um tempo mais prolongado. Se o relaxamento puder ser feito no momento de ir dormir, melhor ainda.
Deitar-se na cama, no chão, ou estender-se numa cadeira confortável e, de olhos fechados, sem os forçar muito, começar a sentir as pontas dos dedos das mãos, dos pés, os braços, as pernas, os músculos das costas, dos ombros, do peito e todos as outras partes do corpo. Interessa «tomar conhecimento», de todas as partes do corpo, lenta e sequencialmente, sem existir preocupação específica na ordem estabelecida ou conseguida: cada uma destas partes está quente ou fria? contraída ou descontraída? bem ou mal colocada?
Continuar este exercício sem ninguém no local a fim de se poder manter um silêncio total. Concentrar toda a atenção no corpo e senti-lo muito bem, em qualquer sequência, mas em toda a sua extensão, concentrando também a atenção no pescoço, na nuca, nas faces, na testa, nos olhos, etc., assim como na respiração e no ar que entra e sai pelo nariz. Lentamente e à medida que o tempo passa, a respiração passa a ser profunda, lenta, calma. Quando apenas se «toma conhecimento» do que se passa connosco e não se força o relaxamento, o corpo vai ficando mole, descontraído, relaxado.
É importante não interromper este exercício nem sair abruptamente do sítio onde se encontra. Quando tiverem passado cerca de 30 minutos ou mais, levantar-se suavemente erguendo o corpo devagarinho, como nas ocasiões de convalescença.

Se, por acaso, como mais valia, este relaxamento puder ser feito à hora de dormir, não é necessário sair da cama. Entretanto, realça-se que o mais importante são os primeiros 5 a 10 minutos, a partir dos quais, a pessoa pode até começar a dormir o que seria muito bom para uma futura prática de psicoterapia.
Tudo aquilo que aqui se propõe a partir dos primeiros 5 minutos de relaxamento é para o caso da pessoa não estar ainda a dormir, devendo até ficar satisfeita que isso aconteça.
Entretanto, vale a pena deixar que as imagens, as ideias, as recordações, os sons, se afastem e desvaneçam criando uma espécie de vazio.


Nunca interromper o relaxamento bruscamente. No fim do relaxamento, ter o cuidado de tomar apontamentos sucintos dos pensamentos, sonhos, recordações, ou quaisquer ideias fora do vulgar, mesmo que pareçam absurdas e disparatadas. É bom fazer o mesmo em relação a quaisquer recordações, imagens, medos, etc., ocorridos durante o dia. Se as recordações tiverem desaparecido da memória voltarão mais tarde e podem ajudar a fazer uma rápida «terapia de profundidade». Não é necessário fazer um esforço especial para reatar os pensamentos que surgirem durante o relaxamento.

Reservar numa determinada parte do dia, cerca de 10 a 20 minutos para escrever a fim de se conseguir efectuar uma «auto-análise». O procedimento é simples. Desligar o telefone, a campainha da porta, etc., se for necessário, do mesmo modo como
deve acontecer no relaxamento descrito no 3º ponto, a fim de não haver justificações para uma interrupção.
Determinar a quantidade fixa de tempo que deseja escrever todos os dias.
Sentar-se num local calmo tendo junto de si mais do que o dobro de folhas de papel que puder preencher com a sua escrita durante esse tempo, além de três lápis ou esferográficas, para a eventualidade de alguma delas deixar de funcionar. O papel, conforme o desejo e as posses de cada um, pode ser pautado, branco ou até de rascunho, já utilizado num dos lados, mas convém que esteja previamente furado, se necessário, para ser fácil e rapidamente arquivado após a utilização. Ter também à mão a capa onde essas folhas serão arquivadas
Regular o despertador, o temporizador ou o conta-minutos para o tempo estipulado e, depois de mencionar sempre a data no topo da folha, começar a escrever sem parar, tudo o que vier à memória.
Pode, por exemplo, acontecer que a pessoa não se lembre de nada. Neste caso escreve, muito simplesmente, as vezes que forem necessárias: “Não me lembro de nada”. Pode, às vezes, a folha ou as folhas ficarem totalmente escritas com: “Não me lembro de nada”. Por este motivo, se a caneta estiver «ligada» ao cérebro, como se deseja, a quantidade de folhas escritas ou preenchidas em cada dia será quase sempre idêntica, porque a pessoa nunca irá parar de escrever para pensar e «elaborar» a escrita.
No final do tempo estipulado, quando o despertador tocar, interromper a escrita sem tentar acabar a frase que estiver incompleta e guardar as folhas preenchidas sem as ler. Devem ficar bem guardadas numa pasta para as furtar aos olhos dos curiosos.
Mais ou menos ao fim de três meses desta «escrita» ou «auto-análise», num dia de semana pré-determinado, antes da hora prevista para a escrita diária, ler o que
escreveu durante a primeira semana e arquivou cuidadosamente na pasta ou capa apropriada. No final da leitura, fazer a escrita do dia com o tempo já definido.
Posteriormente, no mesmo dia da semana, antes do exercício diário de escrita, ler o material escrito durante a segunda semana. Continuar assim nas semanas seguintes.
Como é bom continuar este exercício durante muito tempo, ao fim de um ano, seleccionar o material escrito nos primeiros seis meses e, num outro dia de semana, lê-lo antes de começar a escrever. Ao fim de mais meio ano, seleccionar o material dos seis meses seguintes e lê-lo e assim por diante, de seis em seis meses.

Em 2018, já existe na colecção da Biblioterapia o 18º livro «PSICOTERAPIA… através de LIVROS…» (R), destinado a orientar os interessados para a leitura e consulta adequada de livros, desde que desejem
enveredar por uma psicoterapia, acções de psicopedadogia, de interacção social e de desenvolvimento pessoal, autonomamente ou com pouca ajuda de especialistas.

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domingo, 22 de fevereiro de 2009

GOVERNAR «BEM» NÃO É FÁCIL **

Governar «bem» não é fácil nem quer dizer «governar-se» bem.

Num comentário que fiz no blog  Compincha disse que tinha lido com curiosidade o conteúdo do post CARNAVAL CENSURADO, de 21 FEV 2009 e que poderia fazer uma intervenção no meu blog, mas que não será apenas sob o ponto de vista dum psicólogo.

Hoje voltei a consultar o blog e a ler outros posts sobre Milagreiros e Trapaceiros (19 Out 08), A Política Partidária (23 Out 08), A Governação Actual (25 Out 08), A Coerência (26 Out 08), O Pragmatismo (28 Out 08), A Panela de Pressão (02 Nov 08), O Barraca e o Embuste (5 Nov 08), etc..

O assunto interessa-me bastante porque se enquadra na Psicologia Social que estou a leccionar no ISMAT. É entusiasmante estudar e compreender os «digladiadores» políticos especialmente nos momentos de eleições e outros semelhantes.
Mas a sua tentativa de manutenção do poder também é interessante.


O sociólogo francês Gustave Le Bon, em princípios do século passado, dizia acerca das mesmas, na sua PSICOLOGIA DAS MULTIDÕES, que:  "quaisquer que sejam os indivíduos  que as componham, independentemente dos seus modos de vida, profissões, carácter ou inteligência, «perdem-se» na mesma e praticam actos que isoladamente não seriam capazes de executar, parecendo que a multidão tem um «pensamento colectivo»"

Também disse que “o seu nível intelectual se situa abaixo do individual e que nos seus comportamentos exprime emoções de «seres primitivos».”

Isto terá a ver alguma coisa com os partidos políticos?
Por sua vez, Quirino de Jesus, conhecendo bem este livro diz que “Quem, governa tem de aproveitar todas estas forças e manejar as alavancas do espírito público”. Mas adverte que “é preciso cuidado
com o alcance prático a dar aos mitos para se não cair em ilusão perigosa e não iludir os outros.”

Esta carta de que o referido post fala, foi escrita a Salazar pouco antes da morte do seu autor em princípios de 1935.
Quirino de Jesus era o principal ideólogo de Oliveira Salazar e aquele que mais o ajudou e incentivou a permanecer no Governo.
Tendo começado a vida política como deputado em 1921, Salazar não foi capaz de iniciar a sua actividade no Parlamento.
O mesmo aconteceu em 1926, por causa das alegadas disputas e distúrbios sociais existentes no Governo, quando foi convidado para Ministro de Finanças do Governo de Mendes Cabeçadas.
Posteriormente, em 1928, depois da consolidação da Ditadura Nacional iniciou-se como Ministro das Finanças continuando até 1940.
Com forte apoio do General Carmona, aprovação da nova Constituição de 1933, constituição da União Nacional e repressão de toda a oposição através da polícia política e da censura, foi continuando a sua governação até se tornar «Pimeiro-Ministro em 1940.

A sua influência política com poder legítimo no início, passou a ser exercida através do poder coercivo com o apoio da polícia política e da censura em permanente acção. Acerca disso, Quirino de Jesus, antes de morrer, tinha começado a vislumbrar alguns «desvios» na política e exercício de Salazar e já o advertia:

“Se me agrada tudo que crie um pouco de ideal, temo o desenvolvimento excessivo do poder publico que considero útil temporariamente, mas só num tempo curto. A censura é hoje um obstáculo à crítica constructiva. A pretexto de se eliminar a critica demolidora e
mal dizente matou-se a critica fiscalizadora, fez-se o silêncio à sombra do qual medram as mediocridades. Já no poder se vê com maus olhos que tratem scientificamente certas questões só porque as conclusões da sciencia se não harmonizam com os prejuizos de quem manda. É o abuso do poder, que não tem controle. Isto é mal, é vicioso, desvirtua o espirito publico.
Como seria util estabelecer em bases concretas e acomodadas ás forças do pais o código regulador da censura!
Como está, é o arbítrio do poder dos pobres homens que perdem noites a ler os jornais e a estragá-los muitas vezes. Há uma crítica constrictiva e moderadora dos impulsos hitlerianos de certos pequenos despotas.
Construir e moderar seria obra de boa imprensa. Estive dois dias no norte a ver escolas (25 e 26) e por lá encontrei casos que justificam o que acabo de dizer sobre a imprensa.”

Em Psicologia Social, Salazar aproveitou bem as forças e manejou as alavancas do espírito público mas não teve o cuidado necessário com o alcance prático a dar aos mitos, para se não cair em ilusão perigosa e não iludir os outros
Foi assim que conseguiu «minar» a obra de consolidação económica e social iniciada nos primeiros anos da sua governação. Depois da «falta» de Quirino de Jesus, pouco tempo mais durou o bom senso necessário a um governante que deseja ser sério e não falacioso como os muitos que nos aparecem pela frente ao longo da história. Se houvesse outros «Quirinos» que o ajudassem a pensar na influência social e poder social de que ele dispunha e necessitava para a sua governação ou para a passagem do testemunho a outras pessoas «mais jovens e competentes e menos preconceituosas» talvez não tivéssemos chegado tão rapidamente à cauda da Europa onde podemos continuar por longos anos se a educação e a instrução continuarem a ser
tão menosprezadas e vilipendiadas como até agora.
Basta apenas reler, com cuidado e concentração, o período da carta de Quirino de Jesus (destacado a negro) para verificar que em 1934, os desvios já tinham começado e estavam a ser evidentes até nas escolas onde se desenvolve prioritariamente e com facilidade toda a formação científica, moral e cívica dos cidadãos de qualquer país e, especialmente, dos que serão os futuros governantes.
Quase sempre, a ignorância é muito oportuna e favorável para «enganar» também os incautos.
E em terras de «Chico esperto» ainda mais!

Para quê servem os comícios, às vezes, com «comes, bebes e divertimentos»? Porquê os discursos «inflamados» dos candidatos em vez duma «exposição» serena dos seus pontos de vista, propostas e pretensões? Para quê as «palhaçadas» que alguns fazem, anos a fio, para
continuarem no poder talvez ainda mais do que aqueles que os próprios consideraram como «fascistas»? Se não podemos «confiar» nas multidões, como poderemos confiar naqueles que as manipulam a seu favor? A FNAT, as Casas do Povo e o futebol serviram para muito: “com papas e bolos se enganam os tolos.”

Em Psicologia Social, especialmente os «fazedores de imagem» destes políticos, conhecem muito bem os efeitos do reforço do comportamento incompatível, comunicação, halo, boatos, atribuição, atitude, primazia, frustração, conformismo, facilitação social, dissonância cognitiva, etc. e «manipulam» tudo a seu favor tal como os vendedores de automóveis, imobiliário e cosméticos.
O importante em tudo isto e para reverter a situação, é o público em geral ser suficientemente instruído e autónomo para poder resistir aos constantes «ataques» que lhe são feitos a todo o
momento nos meios de comunicação social e promocionais.

Essa instrução não foi nem tão pouco é facilitada e implementada pelo poder político.

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quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

AS ATRIBUIÇÕES


“No Domingo à noite vi a reportagem da SIC sobre a Joana e a Maddie e fiquei baralhado com a apresentação dos factos, investigações, conclusões e consequências que se tiraram e continuam a ser tiradas de casos que «bradam aos Céus» mas que parecem ficar a ter menor importância do que as pessoas vivas nelas envolvidas.
Embora não o conheça pessoalmente e também não deseje identificar-me, tenho visto o seu blog e o endereço nele indicado, o qual me vai servir para enviar esta mensagem em que lhe peço para dizer alguma coisa do seu ponto de vista (psicólogo) tal como respondeu anteriormente a José Carrancudo e a João Abelhudo.”


Senhor Não Identificável.
Recebi a sua mensagem há dias mas só hoje posso responder porque tive alguns trabalhos a fazer e não arranjei tempo disponível para «pensar» no seu assunto.
Antes de tudo, devo dizer que já «passei» por muitos locais da Internet e vi muitas mensagens e opiniões muito contraditórias sobre o assunto. Tudo o que se passou nos dois casos é complicado e não é à psicologia, mas sim à investigação criminal que compete dar alguma opinião sobre o assunto a não ser no campo da psicologia social.
Como não existem muitos vestígios concretos e evidentes e muito menos provas, os investigadores têm de seguir pistas que são «atribuições» que se vão fazendo à medida que se obtêm testemunhos, indícios ou evidências que possam conduzir a novas pistas.
Contudo, para falar em evidências válidas depois do «desaparecimento», acho estranho que a mãe da criança, segundo consta, não tenha telefonado imediatamente para a Polícia e se tenha preocupado, primeiro que tudo, em telefonar para familiares e/ou agência de notícias.
Custa-me também aceitar que as pessoas presentes no jantar não tenham conseguido «precisar» uma hora aceitável para indicar o momento em que a mãe de criança a foi tentar ver pela última vez.
Os testemunhos dos empregados e dos acompanhantes dos pais também parece que não são coincidentes. Segundo consta, houve empregados ou conhecidos que apresentaram versões diferentes das que circularam «oficialmente» nos meios de comunicação social. E parece-me até que os pais, mais do que todos, insistiram na hipótese do rapto. Porquê?
Também me custa admitir que as crianças tenham ficado «ao abandono» enquanto os pais jantavam quando dizem que elas sempre tiveram companhia em noites anteriores.
Donde e porquê veio o dinheiro para o fundo que existiu, neste caso, quando parece que pouca gente se interessa por outras crianças desaparecidas? O que foi feito desse «fundo» e como foi despendido? Com tanto «alarde» que os pais fizeram, não deveriam ter dado conta dessas «contas»?
A movimentação dos pais utilizando meios de comunicação social, assessores de imagem (especialmente o do Primeiro-Ministro da Inglaterra), vinda a Portugal de emissários ingleses a alto nível, intromissão dos pais nas altas esferas políticas e eclesiásticas, tardia constituição do casal como arguidos, sua rápida solução e quase desculpabilização, promessa deles de que não sairiam de Portugal enquanto não deslindassem o caso, seu rápido volte face em relação ao assunto, posterior tentativa de culpabilização da polícia portuguesa, ilações tiradas com o caso da Joana e actual posição de não ingerência, deixam-me sérias dúvidas sobre tudo isto.
Pais tão religiosos e amigos dos filhos, deixam-nos em casa a dormir sozinhos, sem qualquer companhia e vão jantar, durante horas, com «copos» e «amigos», a pelo menos 200 metros de distância e fora das suas vistas, sem qualquer preocupação? Isto não será negligência?
E se algum dos filhos se sentisse mal e acordasse, quem o socorreria e que apoio teria naquele momento crucial e de aflição? Teria de ficar 30 minutos à espera para que os pais aparecessem, conforme eles afirmaram? É assim que se tratam os filhos com menos de 4 anos?
As noções de psicologia sobre desenvolvimento humano e educação obtidas dos mestres ingleses e americanos não preconizam procedimentos semelhantes e até os nossos parentes «irracionais» eram capazes de não proceder assim. As séries do National Geographic bem
demonstram o contrário!

No fim de tudo isto, o que posso fazer é apenas uma «atribuição», baseado pelo menos nestes dados que acabo de indicar, de que parece existir da parte dos pais da criança uma predisposição para que a assunto não fique deslindado. Também posso admitir que se está a utilizar, de vez em quando, a técnica do «reforço do comportamento incompatível» para desviar as atenções para assuntos que são totalmente alheios à descoberta da verdade.
Foi assim (desviando a atenção) que roubaram a carteira do bolso direito do meu casaco numa viagem de Metro, entre Arroios e Intendente, quando um senhor muito simpático me pedia desculpas por ter embatido, sem querer no meu ombro esquerdo.
Como psicólogo, não consigo dar outra resposta, embora, como cidadão, possa suspeitar que existe algum jogo escondido atrás de tudo isto, tal como as actuais fraudes bancárias. São todos inocentes e acima de qualquer suspeita.

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quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

O SINDROMA PÓS-TRAUMÁTICO


Estou a tentar responder a um e-mail que recebi ontem e cuja essência vou transcrever a seguir:

“vi no telejornal um psiquiatra especialista em sindromas pós-traumáticos, como os da nossa guerra colonial, dizer que existe um medicamento novo que faz desaparecer ou reduzir as memórias traumáticas da guerra. O que me diz a isto como psicoterapeuta que é e que até tem alguns livros sobre temas semelhantes?”

A resposta que lhe posso dar é muito simples e até está contida na psicoterapia com o Januário no livro: Psicoterapia Para Quê? Este assunto ficará mais explícito em futuros livros prontos para publicação. De qualquer modo, os livros: E Quando o Rei Vai Nú e Depressão Não é Uma Doença e outros, de Carlos Lopes Pires, sobre o efeito das drogas nos consumidores, são importantes para compreendermos este fenómeno. Além disso, o modo como os traumatismos se formam também é abordado em Saúde Mental sem psicopatologia.
Que eu saiba, não existe qualquer comprimido que possa seleccionar uma memória para a tentar reduzir ou eliminar. Portanto, quando um comprimido actua sobre a memória actua sobre o seu conjunto do mesmo modo como o álcool actua sobre a inibição ou sobre a capacidade de excitação do sujeito. O que acontece «normalmente» a esse sujeito, é perder o controlo sobre si próprio e, a propósito disso, posso dar o exemplo do Ministro das Finanças do Japão que acabou por pedir a sua demissão devido à «triste figura» que fez numa importante conferência de imprensa.

Poderia também dizer a esse psiquiatra especialista que, se ele não conhece, existem técnicas psicoterapêuticas de dessensibilização, flooding ou saciação, reforço do comportamento incompatível, etc. que, em combinação com a hipnose e a imaginação orientada, são capazes de reduzir os sintomas
traumáticos. Contudo, são contrários ao uso de quaisquer «drogas».

Os instrumentos e as técnicas mencionadas servem para aprofundar, avivar e localizar selectivamente as memórias traumáticas do indivíduo e fazer com que o próprio consiga «descobrir» que os factos associados às mesmas tinham de acontecer e que não poderiam ser evitados. Isso, pode levá-lo a aceitar a realidade nua e crua e aprender a lidar com a mágoa e as contrariedades que tudo isso lhe provocou e continua a incomodar. O importante é «trabalhar» com a mente humana onde essas recordações traumáticas estão registadas e arquivadas. Nada disso se consegue sem a colaboração lúcida e interessada do próprio. Como será possível a colaboração lúcida do próprio se o seu pensamento ou capacidade de recordação for inutilizada com a administração da «droga maravilhosa»?

Na vida do quotidiano, não conseguimos fazer esse ajuste de percepções, emoções e situações quando
duas pessoas estão zangadas? Para que servem as negociações e os mediadores? Qual dos intervenientes necessita de se drogar ou alcoolizar para resolver as coisas?
A emoção de um mal-entendido ou de uma verdade desagradável pode ser reduzida ou minimizada depois de uma boa discussão e de um aclarar das ideias!
Sejamos práticos e deixemos de «engordar» a indústria farmacêutica consumindo fármacos desnecessários. Se alguém «ganha» com isso, não são os psicólogos e muito menos os «interessados» aos quais se chama muitas vezes, utentes, clientes ou pacientes. Os outros técnicos, que digam o que entenderem mas aos psicólogos compete dar o apoio possível dentro dos parâmetros da ciência do comportamento.
E, nesse aspecto, existem, seguramente, meios disponíveis, embora não tão rápidos e espectaculares mas precários, como os das «drogas». São, de certeza, mais eficazes, duradouros, fiáveis e mais do que experimentados em variadíssimas partes do mundo chamado «civilizado».

Em 2018, já existe na colecção da Biblioterapia o 18º livro «PSICOTERAPIA… através de LIVROS…» (R),
destinado a orientar os interessados para a leitura e consulta adequada de livros, desde que desejem enveredar por uma psicoterapia, acções de psicopedadogia, de interacção social e de desenvolvimento pessoal, autonomamente ou com pouca ajuda de especialistas.
  
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