terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

AUTOTERAPIA

Quando «passeava», por acaso, pelos comentários feitos no meu blog, vi no post O SINDROMA PÓS-TRAUMÁTICO, escrito hoje, o dos CãoPincha, que vai ser satisfeito, de imediato, porque é só copiar e colar. Agradeço o comentário transcrito a seguir, mas tenho de dizer que nunca me passou pela cabeça fazer uma coisa semelhante porque já alguém se insurgiu contra mim dizendo que estava a «impingir» livros (INFORMAÇÃO, 20 JUL 2008), através do meu blog o que deu origem ao post ESCLARECIMENTO (22 JUL 2008).


Oh Meu!
Já lemos alguns livros seus para além dos que menciona neste post. Consultando melhor o seu
blog, ficámos a saber que não faz hipnoterapia mas sim psicoterapia que se pode tornar barata e quase autónoma como já aconteceu com um amigo seu e uma vizinha dele. Porque é que não diz como se faz em vez de esperar pela publicação dos livros com os casos? Até um chinês já explicou no seu blog como poupar dinheiro.
Viu a TV hoje?

No meu post DESORIENTAÇÃO, de 06 JUL 2008 e em talvez qualquer outro já disse que estou à espera de publicar, além de outros, pelo menos dois livros com casos pessoais de um amigo e de uma vizinha dele, amiga da filha, mostrando como se pode fazer quase uma autoterapia e quais as vantagens quando existe o envolvimento do próprio.

Não é fácil mas é barato. Torna-se eficaz, autosuficiente e profiláctico seguir este método quando a ida às consultas se torna difícil ou inviável, quaisquer que sejam as razões.
Tudo isto está mais ou menos descrito nos livros, já várias vezes mencionados neste blog: DEPRESSÃO? Não Obrigado, «STRESS»? Reduza-o Já!, Psicoterapia para Quê?, que descrevem as reacções dos intervenientes.
No Sucesso na Vida! Por Que Não?, no capítulo A Reacção da Cristina, ficou mencionado todo o procedimento que vou «transcrever» (copiar e colar) aqui, a pedido dos CãoPincha, para que todos o possam utilizar, quando entenderem, sem adquirir qualquer livro.
O procedimento é simples e não exige tempo específico nem instrumentos especiais.

Como geralmente não temos disponibilidade de tempo durante o dia, vamos aproveitar o momento de ir dormir. É esse o momento que vale a pena aproveitar para a terapia que proponho. Se houver mais disponibilidade, paciência e tempo pode ser feita também uma autoanálise e/ou um diário.
Por isso, segue-se o aludido copiar e colar, partindo do pressuposto que a psicoterapia é um processo essencialmente reeducativo, de modificação de mentalidades e comportamentos, por acção voluntária e quanto mais esclarecida melhor.
 
Aprofundar bastante os conhecimentos sobre Psicologia e Modificação do Comportamento tendo sempre em conta que se pode alterar satisfatoriamente a nossa maneira de agir desde que se queira e se tenha, para isso, uma acção racional e concertada. Nestes casos, é sempre bom ter alguém que nos observe objectiva e imparcialmente, nos ajude a conhecermo-nos melhor e, se possível, nos apoie na execução das acções mais apropriadas. Embora existam agora diversos livros muito simples e simplificados, mencionados na Bibliografia no final deste livro, houve necessidade de emprestar à Cristina, naquela ocasião, alguns textos de apoio sobre estas matérias utilizados em aulas de Psicologia e Psicopatologia. 


Aprender a reconhecer as dificuldades, registando a intensidade e a frequência com que se sentem
(ver COMO MODIFICAR O COMPORTAMENTO - Prática).
Por exemplo,
- “Se pensarmos todos os dias, durante algum tempo, de manhã e à noite que vamos morrer, podemos registar isto em números e frequências:”

Dia 18 FEV às 08.30, três vezes; às 21.15, três vezes
Dia 19 FEV às 08.00, duas vezes; às 20.15, sete vezes
Dia 20 FEV às 09.30, uma vez; às 23.00, duas vezes
Dia 21 FEV às 10.30, uma vez; às 22.15, uma vez
Dia 22 FEV às 08.30, duas vezes; às 20.15, três vezes
Dia 23 FEV às 10.45, uma vez; às 22.15, duas vezes
Dia ...
Dia ...

Poderíamos também registar:
- “Quantas vezes ou minutos, por dia ou hora temos pensamentos obsessivos, isto é, pensamentos que não desejamos mas que não nos abandonam e até provocam uma certa angústia?”
- “Quais os pensamentos obsessivos?”
- ….
Apenas este registo, mantido durante bastante tempo, pode conduzir a hipóteses de trabalho muito interessantes.
Pode ajudar a especular, por exemplo:

· Será que quando os pensamentos obsessivos ocorrem no fim da manhã ou da tarde, têm menos força ou são menos frequentes?
· O que aconteceu nas manhãs e tardes de 20, 21 e 23 de Fevereiro?
· Se nos conseguirmos recordar que no dia anterior estivemos a trabalhar até tarde, muito preocupados com o serviço e acordamos com esta preocupação, podemos concluir que talvez qualquer ideia relacionada com o serviço nos ajude a diminuir os pensamentos obsessivos?

Aprender a «relaxar», isto é, deixar que as coisas aconteçam.
Antes de tudo, garantir que ninguém interrompa o relaxamento. Por isso, interessa desligar a campainha da porta, o telefone, os telemóveis, ou qualquer outro equipamento que obrigue a uma distracção brusca.
Depois, apenas se for necessário, utilizar o conta-minutos ou um temporizador regulando-o para um período mínimo de 30 minutos. É melhor se puder ser por um tempo mais prolongado. Se o relaxamento puder ser feito no momento de ir dormir, melhor ainda.
Deitar-se na cama, no chão, ou estender-se numa cadeira confortável e, de olhos fechados, sem os forçar muito, começar a sentir as pontas dos dedos das mãos, dos pés, os braços, as pernas, os músculos das costas, dos ombros, do peito e todos as outras partes do corpo. Interessa «tomar conhecimento», de todas as partes do corpo, lenta e sequencialmente, sem existir preocupação específica na ordem estabelecida ou conseguida: cada uma destas partes está quente ou fria? contraída ou descontraída? bem ou mal colocada?
Continuar este exercício sem ninguém no local a fim de se poder manter um silêncio total. Concentrar toda a atenção no corpo e senti-lo muito bem, em qualquer sequência, mas em toda a sua extensão, concentrando também a atenção no pescoço, na nuca, nas faces, na testa, nos olhos, etc., assim como na respiração e no ar que entra e sai pelo nariz. Lentamente e à medida que o tempo passa, a respiração passa a ser profunda, lenta, calma. Quando apenas se «toma conhecimento» do que se passa connosco e não se força o relaxamento, o corpo vai ficando mole, descontraído, relaxado.
É importante não interromper este exercício nem sair abruptamente do sítio onde se encontra. Quando tiverem passado cerca de 30 minutos ou mais, levantar-se suavemente erguendo o corpo devagarinho, como nas ocasiões de convalescença.

Se, por acaso, como mais valia, este relaxamento puder ser feito à hora de dormir, não é necessário sair da cama. Entretanto, realça-se que o mais importante são os primeiros 5 a 10 minutos, a partir dos quais, a pessoa pode até começar a dormir o que seria muito bom para uma futura prática de psicoterapia.
Tudo aquilo que aqui se propõe a partir dos primeiros 5 minutos de relaxamento é para o caso da pessoa não estar ainda a dormir, devendo até ficar satisfeita que isso aconteça.
Entretanto, vale a pena deixar que as imagens, as ideias, as recordações, os sons, se afastem e desvaneçam criando uma espécie de vazio.


Nunca interromper o relaxamento bruscamente. No fim do relaxamento, ter o cuidado de tomar apontamentos sucintos dos pensamentos, sonhos, recordações, ou quaisquer ideias fora do vulgar, mesmo que pareçam absurdas e disparatadas. É bom fazer o mesmo em relação a quaisquer recordações, imagens, medos, etc., ocorridos durante o dia. Se as recordações tiverem desaparecido da memória voltarão mais tarde e podem ajudar a fazer uma rápida «terapia de profundidade». Não é necessário fazer um esforço especial para reatar os pensamentos que surgirem durante o relaxamento.

Reservar numa determinada parte do dia, cerca de 10 a 20 minutos para escrever a fim de se conseguir efectuar uma «auto-análise». O procedimento é simples. Desligar o telefone, a campainha da porta, etc., se for necessário, do mesmo modo como
deve acontecer no relaxamento descrito no 3º ponto, a fim de não haver justificações para uma interrupção.
Determinar a quantidade fixa de tempo que deseja escrever todos os dias.
Sentar-se num local calmo tendo junto de si mais do que o dobro de folhas de papel que puder preencher com a sua escrita durante esse tempo, além de três lápis ou esferográficas, para a eventualidade de alguma delas deixar de funcionar. O papel, conforme o desejo e as posses de cada um, pode ser pautado, branco ou até de rascunho, já utilizado num dos lados, mas convém que esteja previamente furado, se necessário, para ser fácil e rapidamente arquivado após a utilização. Ter também à mão a capa onde essas folhas serão arquivadas
Regular o despertador, o temporizador ou o conta-minutos para o tempo estipulado e, depois de mencionar sempre a data no topo da folha, começar a escrever sem parar, tudo o que vier à memória.
Pode, por exemplo, acontecer que a pessoa não se lembre de nada. Neste caso escreve, muito simplesmente, as vezes que forem necessárias: “Não me lembro de nada”. Pode, às vezes, a folha ou as folhas ficarem totalmente escritas com: “Não me lembro de nada”. Por este motivo, se a caneta estiver «ligada» ao cérebro, como se deseja, a quantidade de folhas escritas ou preenchidas em cada dia será quase sempre idêntica, porque a pessoa nunca irá parar de escrever para pensar e «elaborar» a escrita.
No final do tempo estipulado, quando o despertador tocar, interromper a escrita sem tentar acabar a frase que estiver incompleta e guardar as folhas preenchidas sem as ler. Devem ficar bem guardadas numa pasta para as furtar aos olhos dos curiosos.
Mais ou menos ao fim de três meses desta «escrita» ou «auto-análise», num dia de semana pré-determinado, antes da hora prevista para a escrita diária, ler o que
escreveu durante a primeira semana e arquivou cuidadosamente na pasta ou capa apropriada. No final da leitura, fazer a escrita do dia com o tempo já definido.
Posteriormente, no mesmo dia da semana, antes do exercício diário de escrita, ler o material escrito durante a segunda semana. Continuar assim nas semanas seguintes.
Como é bom continuar este exercício durante muito tempo, ao fim de um ano, seleccionar o material escrito nos primeiros seis meses e, num outro dia de semana, lê-lo antes de começar a escrever. Ao fim de mais meio ano, seleccionar o material dos seis meses seguintes e lê-lo e assim por diante, de seis em seis meses.

Em 2018, já existe na colecção da Biblioterapia o 18º livro «PSICOTERAPIA… através de LIVROS…» (R), destinado a orientar os interessados para a leitura e consulta adequada de livros, desde que desejem
enveredar por uma psicoterapia, acções de psicopedadogia, de interacção social e de desenvolvimento pessoal, autonomamente ou com pouca ajuda de especialistas.

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Ver também os posts anteriores sobre BIBLIOTERAPIA
É aconselhável consultar o ÍNDICE REMISSIVO de cada livro editado em post individual.

Blogs relacionados:
TERAPIA ATRAVÉS DE LIVROS para a Biblioterapia

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7 comentários:

Anónimo disse...

Caro colega de blog.
Gostámos da sua resposta ao nosso pedido. Não esperávamos que fosse tão rápida. Mas achamos que está incompleta. O que diz sobre hipnoterapia? E porque não fala sobre o modo de utilizar a imaginação orientada abordada nos seus livros? Por acaso, viu o programa dedicado ontem à HIPNOTERAPIA, na Sociedade Civil, no canal 2 da RTP,com um hipnoterapeuta e tudo?
CãoPincha

Anónimo disse...

Já me tinham tentado fazer psicanálise, sem resultado positivo.
Estou sob medicação e comecei a seguir as suas intruções há uma semana.
Durmo melhor mas surge sempre a ideia de uma briga comum amigo que se zangou comigo.
Vou consultar mais posts e comprar os livros para saber o que fizeram os outros.
Obrigado pela ajuda desejada há dois anos.

Anónimo disse...

Gostei da publicaçao! Mas queria saber o seguinte : em questao de relacionamento como fasso para nao ter pensamentos negativos "sera que minha mulher nao gosta de mim" ou " sera q ela me trai" ou ate mesmo " pq ela fica estranha sem eu fazer nada" enfim varios pensamentos!

Mário de Noronha disse...
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Mário de Noronha disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Mário De Noronha disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anónimo disse...

Em relação a este comentário, só posso dizer que é indispensável compreender o que se passa entre os dois. Se não gosta de si, julgo que deve dar sinais disso. Se o trai, a psicologia não pode ajudar mas talvez um «detective» o possa fazer. Se está estranha, só conversando com ela, sem ou com a ajuda dum especialista será possível «avançar» um pouco. http://livroseterapia.wordpress.com/2013/09/26/autoterapia-psico-para-todos-p/
Veja também a RESPOSTA 38 no blog psicologiaparaque.wordpress.com