Estou a tentar responder a um e-mail que recebi ontem e cuja essência vou transcrever a seguir:
“vi no telejornal um psiquiatra especialista em sindromas pós-traumáticos, como os da nossa guerra colonial, dizer que existe um medicamento novo que faz desaparecer ou reduzir as memórias traumáticas da guerra. O que me diz a isto como psicoterapeuta que é e que até tem alguns livros sobre temas semelhantes?”
“vi no telejornal um psiquiatra especialista em sindromas pós-traumáticos, como os da nossa guerra colonial, dizer que existe um medicamento novo que faz desaparecer ou reduzir as memórias traumáticas da guerra. O que me diz a isto como psicoterapeuta que é e que até tem alguns livros sobre temas semelhantes?”
A resposta que lhe posso dar é muito simples e até está contida na psicoterapia com o Januário no livro: Psicoterapia Para Quê? Este assunto ficará mais explícito em futuros livros prontos para publicação. De qualquer modo, os livros: E Quando o Rei Vai Nú e Depressão Não é Uma Doença e outros, de Carlos Lopes Pires, sobre o efeito das drogas nos consumidores, são importantes para compreendermos este fenómeno. Além disso, o modo como os traumatismos se formam também é abordado em Saúde Mental sem psicopatologia.
Que eu saiba, não existe qualquer comprimido que possa seleccionar uma memória para a tentar reduzir ou eliminar. Portanto, quando um comprimido actua sobre a memória actua sobre o seu conjunto do mesmo modo como o álcool actua sobre a inibição ou sobre a capacidade de excitação do sujeito. O que acontece «normalmente» a esse sujeito, é perder o controlo sobre si próprio e, a propósito disso, posso dar o exemplo do Ministro das Finanças do Japão que acabou por pedir a sua demissão devido à «triste figura» que fez numa importante conferência de imprensa.
Poderia também dizer a esse psiquiatra especialista que, se ele não conhece, existem técnicas psicoterapêuticas de dessensibilização, flooding ou saciação, reforço do comportamento incompatível, etc. que, em combinação com a hipnose e a imaginação orientada, são capazes de reduzir os sintomas
traumáticos. Contudo, são contrários ao uso de quaisquer «drogas».
Os instrumentos e as técnicas mencionadas servem para aprofundar, avivar e localizar selectivamente as memórias traumáticas do indivíduo e fazer com que o próprio consiga «descobrir» que os factos associados às mesmas tinham de acontecer e que não poderiam ser evitados. Isso, pode levá-lo a aceitar a realidade nua e crua e aprender a lidar com a mágoa e as contrariedades que tudo isso lhe provocou e continua a incomodar. O importante é «trabalhar» com a mente humana onde essas recordações traumáticas estão registadas e arquivadas. Nada disso se consegue sem a colaboração lúcida e interessada do próprio. Como será possível a colaboração lúcida do próprio se o seu pensamento ou capacidade de recordação for inutilizada com a administração da «droga maravilhosa»?
Na vida do quotidiano, não conseguimos fazer esse ajuste de percepções, emoções e situações quando
duas pessoas estão zangadas? Para que servem as negociações e os mediadores? Qual dos intervenientes necessita de se drogar ou alcoolizar para resolver as coisas?
A emoção de um mal-entendido ou de uma verdade desagradável pode ser reduzida ou minimizada depois de uma boa discussão e de um aclarar das ideias!
Sejamos práticos e deixemos de «engordar» a indústria farmacêutica consumindo fármacos desnecessários. Se alguém «ganha» com isso, não são os psicólogos e muito menos os «interessados» aos quais se chama muitas vezes, utentes, clientes ou pacientes. Os outros técnicos, que digam o que entenderem mas aos psicólogos compete dar o apoio possível dentro dos parâmetros da ciência do comportamento.
E, nesse aspecto, existem, seguramente, meios disponíveis, embora não tão rápidos e espectaculares mas precários, como os das «drogas». São, de certeza, mais eficazes, duradouros, fiáveis e mais do que experimentados em variadíssimas partes do mundo chamado «civilizado».
destinado a orientar os interessados para a leitura e consulta adequada de livros, desde que desejem enveredar por uma psicoterapia, acções de psicopedadogia, de interacção social e de desenvolvimento pessoal, autonomamente ou com pouca ajuda de especialistas.
Que eu saiba, não existe qualquer comprimido que possa seleccionar uma memória para a tentar reduzir ou eliminar. Portanto, quando um comprimido actua sobre a memória actua sobre o seu conjunto do mesmo modo como o álcool actua sobre a inibição ou sobre a capacidade de excitação do sujeito. O que acontece «normalmente» a esse sujeito, é perder o controlo sobre si próprio e, a propósito disso, posso dar o exemplo do Ministro das Finanças do Japão que acabou por pedir a sua demissão devido à «triste figura» que fez numa importante conferência de imprensa.
Poderia também dizer a esse psiquiatra especialista que, se ele não conhece, existem técnicas psicoterapêuticas de dessensibilização, flooding ou saciação, reforço do comportamento incompatível, etc. que, em combinação com a hipnose e a imaginação orientada, são capazes de reduzir os sintomas
traumáticos. Contudo, são contrários ao uso de quaisquer «drogas».
Os instrumentos e as técnicas mencionadas servem para aprofundar, avivar e localizar selectivamente as memórias traumáticas do indivíduo e fazer com que o próprio consiga «descobrir» que os factos associados às mesmas tinham de acontecer e que não poderiam ser evitados. Isso, pode levá-lo a aceitar a realidade nua e crua e aprender a lidar com a mágoa e as contrariedades que tudo isso lhe provocou e continua a incomodar. O importante é «trabalhar» com a mente humana onde essas recordações traumáticas estão registadas e arquivadas. Nada disso se consegue sem a colaboração lúcida e interessada do próprio. Como será possível a colaboração lúcida do próprio se o seu pensamento ou capacidade de recordação for inutilizada com a administração da «droga maravilhosa»?
Na vida do quotidiano, não conseguimos fazer esse ajuste de percepções, emoções e situações quando
duas pessoas estão zangadas? Para que servem as negociações e os mediadores? Qual dos intervenientes necessita de se drogar ou alcoolizar para resolver as coisas?
A emoção de um mal-entendido ou de uma verdade desagradável pode ser reduzida ou minimizada depois de uma boa discussão e de um aclarar das ideias!
Sejamos práticos e deixemos de «engordar» a indústria farmacêutica consumindo fármacos desnecessários. Se alguém «ganha» com isso, não são os psicólogos e muito menos os «interessados» aos quais se chama muitas vezes, utentes, clientes ou pacientes. Os outros técnicos, que digam o que entenderem mas aos psicólogos compete dar o apoio possível dentro dos parâmetros da ciência do comportamento.
E, nesse aspecto, existem, seguramente, meios disponíveis, embora não tão rápidos e espectaculares mas precários, como os das «drogas». São, de certeza, mais eficazes, duradouros, fiáveis e mais do que experimentados em variadíssimas partes do mundo chamado «civilizado».
Consultou todos os links mencionados neste post?
Ver também os posts anteriores sobre BIBLIOTERAPIA
É aconselhável consultar o ÍNDICE REMISSIVO de cada livro editado em post individual.
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Para tirar o máximo proveito deste blog, consulte primeiro o post inicial “História do nosso Blog, sempre actualizada”, de Novembro de 2009 e escolha o assunto que mais lhe
interessa. Depois, leia o post escolhido com todos os comentários que são feitos.
Pode ser que descubra também algum assunto acerca do qual nunca tivesse
pensado.
Oh Meu!
ResponderEliminarJá lemos alguns livros seus para além dos que menciona neste post.
Consultando melhor o seu blog, ficámos a saber que não faz hipnoterapia mas sim psicoterapia que se pode tornar barata e quase autónoma como já aconteceu com um seu amigo e uma vizinha dele.
Porque é que não diz como se faz em vez de esperar pela publicação dos livros com os casos?
Até um chinês já explicou no seu blog como poupar dinheiro. Viu a TV hoje?